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"Há um esvaecimento de garantias e principios básicos do Direito em beneficio da excepcionalidade e a emergencia"

Written By Virgulino on 4/12/08 | 12:49

Entrevista con Nemesio Barxa, avogado, escritor e colaborador do MpDC, na que fai unha análise do recente Informe do Comité de Dereitos Humanos da ONU sobre a situación no Estado español

O Estado español levaba doce anos sen someterse á análise do Comité de Dereitos Humanos da ONU. Pode ser a publicación do informe o signo dunha maior vontade de transparenza?
Penso que a Administraçâo so lava a cara. Basta uma somera analise do informe e comprovar como entre os aspectos positivos inclue a promulgazóm de normas (Lei da Memoria Histórica, Lei da igualdade de género, plano de integrazóm de emigrantes e de melhora de estabelecimentos penitenciarios) e nos motivos de preocupaçâo a ausencia de informazóm das medidas tomadas polo Estado para o cumplimento do legislado, sobre o que nâo informa.



O informe proxecta a imaxe dun Estado obsesionado pola seguridade e o terrorismo. Ata que punto están ameazados os dereitos e liberdades dos galegos?
A ameaza é geral, se bem há zonas mais afectadas. O recorte de garantias e direitos por sometimento a prioridades de seguridade, ordem público ou intereses políticos extende-se no ambito global a sectores cada vez mais amplos e com uma regressom mais e mais profunda de garantias e libertades e de direitos políticos elementais. Há um esvaecimento de garantias e principios básicos do Direito em beneficio da excepcionalidade e a emergencia, trabas aos advogados para o ejercer da defensa e incluso criminalizaçâo pola sua afinidade ideológica.
Detecta-se uma actividade da Administraçâo de Justiça invasiva dos poderes legislativo e ejecutivo. A politizaçâo da Justiça e judializaçâo da política, designadamente a través da Audiencia Nacional, genera expansiâo de tipos penais, producindo uma nova interpretaçâo exacerbada do conceito terrorismo com límites cada vez mais amplos. O Informe do Comité alude expresamente a que o Estado español deve definir o terrorismo de forma restritiva.

Unha das cuestións máis controvertidas que aborda o informe é a da tortura. Este fenómeno, que moitos asocian aínda con outros contextos, está realmente presente na nosa sociedade?

Infelizmente fica presente na nossa sociedade essa lacra, essa barbarie, essa cobardice. Há poucos dias o juiz decano de Ourense numa conferência pública dava dados ao respecto: 24 denuncias por torturas neste ano na Galiza e cuatro condenas em Ourense. De estes dias é a condena a mossos d’ escuadra de Barcelona. Estes sâo dados que chegam aos jornais, sâo cabeza de iceberg da realidade.
Pode-se por couto a esta prática, mas nâo há vontade por parte dos governos. Na associaçâo ESCULCA funciona uma Coordinarora contra a Tortura que pretende algo tâo simples como poder acudir em qualquera momento e sem previo aviso a Comisarias, centros de detençâo e prisôes para comprovar o funcionamento, sem que tenha conseguido aprovaçâo por parte dos poderes públicos. A sociedade formalmente rejeita a tortura, mas nâo se opôe explícitamente á sua erradicaçâo absoluta, bem por negar a sua existencia bem por admitila como casos excepcionais. Ja vemos o que pasou com Guantánamo e com Abu-Ghraib.

O Comité segue reclamando que se graven os interrogatorios, como medida para garantir a seguridade dos detidos. Mentres, proliferan as denuncias contra as cámaras de vídeo-vixilancia ilegais nos concellos. É unha contradición?
Nào há contradicçâo, sâo dous casos diferentes. A gravaçâo de interrogatorios e a identificaçâo dos policias (geralmente mascarados como os criminosos) resulta imprescindivel para garantir a seguridade dos detidos e para saber a quem se pode demandar como autor dos maus tratos
O tema das cámaras de video-vigilancia fica delimitado legalmente estabelecendo os requisitos para a sua instalaçâo, tempo de permanencia, aceso ás gravaçôes, etc. O MpDC tem longa experiencia dos atrancos postos polos Concelhos (designadamente o de Compostela) e o amparo que por vezes se consigue nos Tribunais.

O informe refírese tamén á duración da prisión preventiva. Son razoables os prazos que existen actualmente?
Considero desnecesaria e perigosa a prisâo preventiva. O detido debe ser posto a presenza do juiz com a maior brevidade. Porem as forzas policiais pretendem nom so que se mantenha a prisâo preventiva senom ampliar a sua duraçâo, Em Inglaterra, provavelmente o país europeu com as leis represivas mais duras, pretendian nada menos que 42 días de prisâo preventiva, sem cámaras de video nem advogados, ainda que a proposta saiu derrotada

A Lei de Memoria Histórica é aplaudida polo comité, e a primeira recomendación do informe é a derrogación da Lei de Amnistía de 1977. Considera factible esta posibilidade no contexto actual?
No contexto actual tudo é posivel. É vergonhento que o Estado español a través da Fiscalía paralice a investigaçâo sobre as desaparicions forzadas cometidas durante a Guerra Civil e o Franquismo. Amnistia Internacional vem de publicar um manifesto, no que mantem a obriga do Estado espanhol de rematar com a injustiça cometida com as vítimas das desaparicions, sem trasladarlhes as tarefas e costos das exhumacôes, garantindo o direito á verdade, justiça e reparaçâo íntegral. Os crimes contra a humanidade nâo säo susceptiveis de amnistia, indulto ou prescripçâo.

O informe contén tamén recomendacións sobre violencia de xénero, proteccións de menores ou dereitos dos estranxeiros, mais ningunha ten carácter vinculante. Cales son as expectativas de cambio?
Na minha opiniâo estan-se a tomar medidas importante neste eidos; medidas represoras, necesarias, mas penso que é imprescindivel modificar desde a escola os criterios sociais sobre estes temas. O Estado de Direito fica ideológicamente desarmado, sendo preciso um rearme de tuda a sociedade para defensa dos direitos e libertades que recolhe a Constituçâo española, que ampara a todos, incluso aos que non-a respeitam ou non-a acatan. O caminho emprendido é perigoso e podemos rematar em situaçôes filofascistas.

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